Quando será dada a imortalidade aos justos?
Dizem alguns: “Se não possuímos uma alma imortal que, quando da morte do corpo, vá gozar as delícias do céu, então é vã toda a nossa carreira cristã”. Teriam razão para assim dizer caso não tivéssemos a gloriosa esperança da ressurreição.
Os profetas e apóstolos não esperavam ir para o céu assim que morressem, pois concentravam todas as suas esperanças numa recompensa na segunda vinda de Cristo, ocasião em que todos os justos serão ressuscitados para receber o galardão. Nesta esperança é que Jó disse: “Como as águas se retiram do mar, e o rio se esgota, e fica seco, assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus não acordará nem se erguerá de seu sono...Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus. Velo- ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão. (Jó 14;11,12; 19:25-27). Quando o profeta Daniel acabou sua carreira, Deus não o fez subir ao céu, mas disse: “Tu, porém, vai até o fim; porque repousarás, e estarás na tua sorte no fim dos dias.” (Daniel 12:13). O apóstolo Paulo punha todas as suas esperanças na ressurreição quando da segunda vinda de Cristo, esperando só então receber sua recompensa. Disse ele a propósito: “Mas já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos” (2 º Coríntios 1:9). Se Paulo esperasse, por recompensa, ir para o céu imediatamente em seguida à morte, teria dito assim; “...para ver se de alguma maneira posso subir ao céu assim que eu morrer”. Na véspera de sua execução. Paulo se referiu ao galardão que lhe fora prometido, dizendo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2º Timóteo 4:7-8).
Cristo também declarou que o justo não é galardoado antes da ressurreição, quando disse. “E serás bem aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado te será na ressurreição dos justos”. (Lucas 14:14).
A vida eterna ou imortalidade será outorgada aos justos por ocasião da ressurreição, na segunda vinda de Cristo, quando também lhes será concedida a entrada no céu. “Eis que vos digo um mistério”, escreveu o apóstolo Paulo aos coríntios, “Na verdade nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta; soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: “Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória” (1 Coríntios 15:51-55). Se só então os justos se revestirão da imortalidade, é porque não a possuem até aí. Caso possuíssem vida eterna inerente, nenhuma necessidade teriam de revestir-se da imortalidade quando da segunda vinda de Cristo, ocasião em que os justos que jazem nas sepulturas ressuscitarão.
“Quem tem o filho”, escreveu o apóstolo João, “tem a vida; e quem não tem o filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do filho de Deus” (1º João 5:12,13). O apóstolo João, com estas palavras , não quer dizer que o cristão é efetivamente revestido de imortalidade desde o momento em que aceita a Cristo. Os crentes a quem o servo de Deus disse: “tendes a vida eterna”, estão mortos já de há quase dois mil anos. Eles, porém, tinham a vida eterna em promessa, ou seja, tinha a promessa de entrar na vida quando ressuscitassem, na segunda vinda de Cristo. “Esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (1º João 2:25). Se temos a promessa de receber a vida eterna, então ainda não estamos de posse da mesma, pois que necessidade teria Deus de prometer-nos aquilo que já possuíssemos efetivamente? Por enquanto temos apenas a esperança de recebê-la. “...sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna” (Tito 3:7). Em Romanos 2:5-7, lemos que a vida eterna será concedida aos justos no dia do juízo, ou seja, quando Cristo vier “para fazer juízo contra todos” (Judas versos 14,15; 2º Timóteo 4:1).
Resumo do livro ...e a vida continua? Autor A.Balbach.